Já alguma vez parou para pensar no impacto que os julgamentos na infância exercem sobre uma criança?
Isto acontece porque tudo o que dizemos sobre elas, de alguma forma, deixa uma marca e vai contribuindo silenciosamente para a sua formação de autoestima e de autoimagem.
Por isso, dizer que uma criança é desorganizada, birrenta, teimosa, entre outras coisas, influencia diretamente a sua perceção de si mesma.
Isto também tem um impacto na forma como a mesma se coloca no mundo e se vê diante de outras crianças.
Dessa forma, podemos dizer que este tipo de comportamento, exercido de forma frequente, tem um potencial negativo sobre o desenvolvimento psicológico dos mais pequenos.
Contudo, talvez se esteja a questionar: “Mas como podem os pais agir neste tipo de situação?”
É o que lhe iremos explicar de seguida. Continue a ler e descubra mais sobre este tema!
Julgamentos na infância: A timidez e a introversão tornam-se consequências
Ao sermos extremamente intolerantes com uma criança esquecemo-nos do maior valor da infância: a descoberta sem julgamentos.
Por isso, tal atitude pode revelar-se perigosa. É claro que a mesma é prejudicial em qualquer fase da vida, no entanto tem um maior impacto durante este período de amadurecimento e formação da visão da criança sobre o mundo.
Isto porque, se um miúdo escuta frequentemente que é “terrível”, vai identificar-se com este “rótulo” que lhe colocaram. Dessa forma, irá convencer-se de que é realmente uma pessoa com estas características.
E, para piorar, é assim que assumirá o lugar que ocupa no mundo, sendo este o seu papel perante a sociedade.
Desta forma, as consequências podem ser dolorosas, levando a que, em adultos, se tornem pessoas completamente introvertidas ou tímidas. Além de atrapalhar as relações sociais, impede a descoberta das suas qualidades e potencialidades.
Isto acontece porque, em criança, a fizeram crer que não seria um indivíduo capacitado.
E como agir para evitar demasiada intolerância durante a infância?
Pode não acreditar, mas a resposta é simples. Basta não rotular e julgar excessivamente os miúdos durante esta fase da vida.
Por isso, se o seu filho se comporta mal, tem uma atitude ruim ou não cumpre com o combinado, o seu papel é reprovar de forma construtiva tal atitude. Mas, jamais faça julgamentos incisivos sobre o seu comportamento.
Há uma diferença muito grande entre dizer “a tua atitude não foi boa” e “tu não és uma boa pessoa”.
Além do mais, quando os miúdos demonstrarem cooperação e entendimento, o papel dos pais deve ser no sentido de elogiar tal atitude. Dessa forma, irá afastar os comportamentos negativos, incentivando a criança a tornar-se uma pessoa melhor.
E, acredite, esta atitude terá um papel muito importante na sua formação.
Pois, a partir daí, a criança ganhará uma maior confiança em si mesma e arriscar-se-á em novas aprendizagens. Afinal, ela terá a certeza de que, se falhar, terá o total apoio e suporte dos pais.
Por fim, como pode observar, existe sempre um caminho a seguir. O importante é cultivar a paciência e a tolerância, nunca se esquecendo de que também um dia já fomos crianças.
Os julgamentos só servem para prejudicar a relação e atrapalhar significativamente a formação dos mais pequenos e a forma como eles se posicionarão no mundo quando crescerem.