Existem cada vez mais adolescentes deprimidos - esta não é uma doença dos adultos

Existem cada vez mais adolescentes deprimidos – Esta não é uma doença dos adultos

Sabia que existem cada vez mais adolescentes deprimidos? Hoje em dia, três em cada cinco jovens sofrem da doença.

A sensação de inutilidade ou de ausência de felicidade são muito frequentes nestas idades.

De acordo com uma notícia do Observador, entre 2010 e 2015, o número de adolescentes que vivenciou sentimentos de depressão aumentou 33%.

As tentativas de suicídio aumentaram 23% e em adolescentes, entre os 13 e os 18 anos, aumentaram 31%. Estes dados são assustadores!

Ainda acha que a depressão é uma doença de adultos? As crianças e os jovens estão atualmente sujeitos a um tipo de pressão e Bullying que não era tão comum há uns anos atrás.

De seguida, abordaremos a realidade desta doença, os motivos, os sintomas e os tratamentos. Continue a ler!

Adolescentes deprimidos: A realidade (inconveniente) dos dias de hoje

É fundamental que consigamos perceber o que está na mente de adolescentes deprimidos. E a verdade é que existe uma série de fatores que pode contribuir para a doença.

Um adulto que tem sempre muita agitação com os dias longos, cheios de responsabilidades e desafios, julga que os jovens e os adolescentes não têm preocupações.

A infância e a adolescência são vistas como épocas de brincadeiras e de sonhos, em que os dias são felizes e os medos são meros caprichos. Pelo menos num mundo ideal é isto que acontece.

Muitas vezes ouvimos no Centro Ser Mais os pais perguntarem aos seus filhos: “Mas estás cansado de quê? A única coisa que tens que fazer é estudar!”.

Ou numa postura completamente diferente: “Estás ansioso com os testes? Mas a que propósito é que agora ficas com medo das notas? Tens sempre tão bons resultados, estás a exagerar!”.

A maior parte dos adultos já não se lembra que esta fase da vida está repleta de acontecimentos que nem sempre a criança consegue lidar e/ou ultrapassar.

O pior é que, em muitos casos, isso pode ser um autêntico sofrimento. E o mesmo pode ser capaz de comprometer o seu crescimento saudável, a nível intelectual, afetivo e até físico.

E isto são apenas alguns dos problemas da adolescência. Na maior parte dos casos estão ligados ao facto de existirem cada vez mais adolescentes deprimidos.

Quais são os principais sinais que adolescentes deprimidos apresentam?

A perda de um familiar, o divórcio dos pais, a pressão sobre o desempenho escolar, os conflitos com os colegas ou mesmo episódios de Bullying…

Tudo isto pode levar a criança ou adolescente a ter sintomas de depressão. Alguns dos mais comuns são:

  • Isolamento
  • Agressividade
  • Rebeldia
  • Alteração de hábitos alimentares (recusa de comida ou ingestão compulsiva)

Assim sendo, quais são os sinais que deve ter em consideração para perceber se o seu filho está a precisar da sua ajuda?

  • Perda significativa de peso ou diminuição do apetite
  • Insónias ou sonos demasiado longos
  • Cansaço ou falta de energia
  • Desvalorização de si próprio ou sentimento de culpa
  • Diminuição da capacidade de concentração
  • Dificuldade em tomar decisões
  • Pensamentos recorrentes sobre a morte e/ou suicídio
  • Tristeza ou irritabilidade
  • Queixas físicas não específicas
  • Faltas frequentes à escola e fraco desempenho escolar
  • Frequente aborrecimento, principalmente em atividades que, anteriormente, eram prazerosas
  • Consumo de álcool e de outras substâncias
  • Irritabilidade, raiva, hostilidade
  • Comportamentos impulsivos e imprudentes

Embora não possa ser realizado desta forma um diagnóstico associado à depressão na adolescência, a verdade é que estes sintomas são muito comuns em adolescentes com a doença.

Contudo, é importante salientar que nem sempre a presença destes sintomas pode significar, por si só, a existência de um quadro depressivo.

Assim sendo, é fundamental estar alerta para poder atuar de forma consciente e eficaz no desenvolvimento do bem-estar da criança.

Se identifica algum destes sinais, ou se está preocupada porque sente o seu filho diferente e não consegue perceber o que se passa, procure um profissional.

E quais são os tratamentos mais indicados para adolescentes deprimidos?

Os tratamentos para a depressão em adolescentes podem variar dependendo da gravidade dos sintomas e das preferências individuais.

Geralmente, a terapia psicossocial e, em alguns casos, os medicamentos podem ser uma recomendação.

Alguns dos tratamentos mais comuns são:

1 – Terapia cognitivo-comportamental (TCC)

A TCC é uma forma de terapia que ajuda os adolescentes deprimidos a identificarem e a alterarem padrões de pensamento negativos ou distorcidos.

Para além disso, ensina a enfrentar e a solucionar problemas de forma saudável.

2 – Terapia familiar

A terapia familiar pode ser benéfica quando a depressão num adolescente afeta todo o sistema familiar.

Dessa forma, esta envolve sessões terapêuticas, nas quais os membros da família trabalham em conjunto para melhorar a comunicação, reduzir o stress e promover um ambiente de apoio.

3 – Terapia de grupo

Participar em grupos terapêuticos com outros adolescentes que enfrentem desafios semelhantes pode ser reconfortante. Assim, existe um sentimento de pertença, de aceitação e de aprovação.

Este tipo de psicoterapia permite partilhar experiências, aprender com os outros e desenvolver habilidades sociais.

4 – Medicamentos

Em alguns casos, quando a depressão é de moderada a grave, um médico pode considerar a prescrição de antidepressivos.

Os medicamentos devem ser prescritos e monitorizados por um profissional de saúde mental especializado em adolescentes.

5 – Educação e apoio familiar

A família desempenha um papel fundamental no tratamento de adolescentes deprimidos.

Afinal, os pais podem procurar aprender sobre a doença, identificar sinais de alerta e fornecer um ambiente de apoio e de compreensão.

Por fim, é importante ressaltar que o tratamento deve ser personalizado para corresponder às necessidades específicas de cada jovem.

Recomendamos que consulte um profissional de saúde mental qualificado para avaliar o caso individualmente. Assim, terá a orientação adequada.

Conte com o apoio dos nossos profissionais, de forma a que o seu filho possa ter a ajudar necessária durante este período. Entre em contacto connosco e agende uma consulta!