Será que sabe a grande diferença entre castigo e consequência?

Será que sabe a grande diferença entre castigo e consequência?

Não é incomum que enquanto pais, muitas vezes pensemos que castigo e consequência são na verdade a mesma coisa.

Contudo, a verdade é que não funciona bem dessa forma. Existe uma diferença (Gigante) entre uma consequência e um castigo. Não acredita? Ora veja 4 exemplos muito simples (e muito comuns nos dias que correm):

  • “Se não comes ao almoço o que tens no prato, comes ao lanche.”
  • “Não arrumaste o teu quarto! Não podes ver televisão.”
  • “Não tiveste cuidado e estragaste a bicicleta, então não vais jogar futebol!”
  • “Partiste a janela do vizinho, então ficas sem computador.”

Soa-lhe familiar? Estas são frases típicas que anunciam o castigo, como forma de punição por um comportamento desadequado. Ou pela ausência do comportamento desejado.

E, este tipo de castigo e punição embora não sejam obviamente físicos, a verdade é que têm logo à cabeça uma conotação negativa e que não aporta qualquer tipo de aprendizagem a longo prazo. E, são comuns a qualquer família do século XXI.

Castigo e consequência: Qual será a melhor opção?

Os castigos costumam resultar com os seus filhos? Muitos pais responderão que sim. Que geralmente resultam. E dirão corretamente, pois os castigos costumam ser eficazes… mas no momento.

O que é que eu quero dizer com isto? Que o castigo funciona como forma de resolução imediata da situação. Contudo, os castigos não resultam a longo prazo e vemos isso no centro de estudos.

Se pensarmos bem, o castigo não tem uma ligação lógica com o comportamento/situação. Logo não ensina e não proporciona à criança o desenvolvimento da responsabilidade pelos seus atos.

Se o comportamento do seu filho muda devido aos castigos, é provável que seja por medo dos mesmos, e não porque tenha aprendido alguma coisa…

Quer dizer, talvez tenha aprendido a mentir sobre o seu comportamento para se proteger… é algo cada vez mais comum.

Além de que, na maioria das vezes, o castigo gera sentimentos de raiva, injustiça e agressividade na criança. E porque é que isso acontece?

Porque não percebe porque é que não pode ver o seu programa favorito na televisão ou porque não pode usar o computador. Isso porque as punições nada têm a ver com o “erro” da criança.

Por outro lado, temos as consequências, que fazem a ligação entre o comportamento e um resultado lógico e coerente.

Todos os nossos comportamentos e ações têm consequências. Umas boas e desejáveis, outras menos boas e que nos custam mais a aceitar.

Mas, como adultos, sabemos que fazem parte da vida. Ora, com as crianças não tem que ser diferente, muito pelo contrário. Elas precisam de aprender desde cedo a diferença entre o bem e o mal, e entre o castigo e consequência.

Uma consequência natural é aquilo que resultaria da ação de uma criança, caso não houvesse intervenção de um adulto.

1 – Consequência natural

Ao não existir a intervenção de um adulto, poderá haver algumas consequências para a crianças. São designadas de consequências naturais e alguns exemplos são:

  • Se a criança se deixar dormir e perder a carrinha para a escola, a consequência natural seria ter de ir a pé
  • Se não quisesse vestir o casaco, iria apanhar frio
  • Se não comesse o almoço, iria ter fome, pois só comeria novamente na hora habitual do lanche
  • Se partir um brinquedo num ataque fúria, irá ficar sem ele

Claro que há situações em que os pais não podem deixar as consequências naturais acontecerem.

Esses casos são aqueles em que a consequência representa um perigo para a criança ou para os outros, ou quando a consequência natural demora muito tempo a acontecer (isto porque acaba por perder o efeito).

2 – Consequências lógicas

Já uma consequência lógica, por seu lado, é planeada pelos pais como consequência negativa ligada a um comportamento incorreto.

Alguns exemplos simples são:

  • Se a criança parte uma janela do vizinho a jogar à bola, uma consequência lógica seria ela ter de fazer uma série de tarefas para juntar o dinheiro necessário para pagar os estragos
  • Não arrumou a bicicleta na garagem, ela estragou-se, então sairá da sua semanada o dinheiro para o arranjo
  • Viu mais televisão do que lhe é permitido, no dia seguinte esse tempo ser-lhe-á descontado
  • Não arrumou o quarto, ficará então assim, pois os pais não o farão por si
  • Não colocou a roupa suja no cesto, então ela não será lavada (aí, se tiver lá aquela t-shirt preferida)

Recorrendo às consequências os Pais estão a agir no sentido de não proteger os filhos das consequências negativas dos seus atos.

Desse modo, estão também a ajudá-los a aprender com os seus erros, sem gritos, zangas, dor física (castigo físico) e humilhações.

Assim, é importante, para que resulte, que apresente antecipadamente aos seus filhos as diversas consequências dos seus comportamentos.

Dessa forma, eles vão poder pensar sobre elas e escolher, percebendo que são responsáveis pelas decisões que tomarem e pelas consequências das mesmas.

Vê como existem uma grande diferença entre castigo e consequência?