Não é simples para nós pais conseguirmos perceber se algum dos nossos filhos sofre de uma compulsão alimentar. Na verdade, a grande maioria, por mais atento que esteja acaba por perceber quando alguns sinais negativos começam a estar mais presentes.
É importante perceber que existem vários tipos de compulsões ligadas à alimentação, sendo os três tipos fundamentais os seguintes:
- Anorexia nervosa
- Bulimia nervosa
- Transtorno da obsessão alimentar periódica
Dentro destas três tipologias existem mais alguns tipos de compulsões. Contudo, e uma vez que é um tema muito abrangente, hoje iremos falar tão somente sobre estes três tipos.
Compulsão alimentar: Conheça as 3 tipologias mais comuns
Compulsão alimentar, é tão somente um conjunto de distúrbios que têm como denominador comum uma preocupação excessiva com o peso corporal.
Por norma, este tipo de compulsão acaba por gerar comportamentos alimentares inadequados. E que a médio / longo prazo podem ter influência na saúde.
Contrariamente ao que a grande maioria dos pais pensa, este tipo de comportamento não ocorre “do nada”. As compulsões alimentares, na sua génese estão associadas a emoções e atitudes. E, levando na sua maioria a comportamentos excessivos e de risco.
Esses comportamentos, quando levados ao extremo, podem causar a morte prematura dos envolvidos, que em 90% dos casos são do sexo feminino.
De seguida explicamos-lhe um pouco melhor como funcionam os três tipos de compulsão alimentar que indicamos anteriormente.
1 – Anorexia Nervosa
Quando falamos de anorexia nervosa, falamos de uma distorção da imagem corporal, na qual o paciente se vê com excesso de peso, mesmo em situações de magreza extrema.
Quem sofre desta patologia, na grande maioria das vezes recusa-se a comer, pratica exercícios de forma descontrolada, conta todas as calorias que ingere, e perde peso a uma velocidade muito elevada.
Este tipo de comportamento, acaba por muitas vezes colocar a sua saúde em risco.
Quem sofre de anorexia nervosa tem um medo intenso e patológico de ganhar peso, sendo que o mesmo se torna uma obsessão. Essa obsessão é aquilo que leva a um conjunto de comportamentos de risco que visam não aumentar o peso.
Nestes casos, toda a autoestima do paciente está centrada no seu peso e na sua aparência, havendo uma incapacidade total de ver e avaliar a gravidade da situação.
A par de toda esta questão, existem ainda os problemas de natureza física que podem ser desenvolvidos ao longo do tempo. Neste caso, podemos frisar:
- Anemia
- Osteoporose
- Lesões cardíacas
- Lesões cerebrais
2 – Bulimia Nervosa
Quando falamos de bulimia nervosa, falamos de uma compulsão alimentar onde são ingeridas grandes quantidades de comida. As mesmas são eliminadas de diversas formas, nomeadamente: laxantes, vómito, clisteres, diuréticos e exercício físico desregrado.
Todos estes comportamentos acabam por ser realizados em segredo. Isso porque os pacientes nutrem um forte sentimento de culpa e vergonha pelos alimentos ingeridos.
Contudo, dificilmente conseguem deixar de ingerir quantidades de comida por vezes exageradas.
Mas, nestes casos, a sensação de perda de controlo aquando da ingestão de alimentos de forma desregrada acaba por ser compensada. A compensação ocorre pela eliminação rápida de todas as calorias ingeridas (levando a que não haja um aumento de peso).
Tal como acontece com a anorexia nervosa, também em casos de bulimia a autoestima está assente na imagem corporal.
A par de toda esta questão, existem ainda os problemas de natureza física que podem ser desenvolvidos ao longo do tempo. Neste caso, podemos frisar:
- Desgaste do esmalte dentário
- Refluxo gástrico
- Enfarte do miocárdio.
3 – Transtorno da obsessão alimentar periódica
Quando falamos de transtorno da obsessão alimentar periódica, falamos de um transtorno alimentar que acaba por ser semelhante à bulimia. Mas, nestes casos os pacientes não eliminam o excesso de calorias.
Desta forma, pode haver um aumento exponencial do peso corporal.
A par disso, nestes casos, a perda de controlo leva a sentimento de culpa, revolta e vergonha por adotarem esse comportamento.
Assim, o paciente come muitas vezes sem sentir sequer fome, e não para de comer até se sentir completamente desconfortável. É comum também que quem sofre deste tipo de transtorno alimentar, acabe por comer sozinho ou às escondidas.
A par disto, nesta patologia encontra-se uma maior incidência de hipertensão arterial, doença cardiovascular, diabetes e obesidade.
É importante frisar que em muitos casos as perturbações alimentares associam-se a outros distúrbios mentais. Alguns exemplos são: a depressão, ansiedade e abuso do consumo de substâncias químicas.
Assim, por muito complicado que possa ser à primeira vista perceber se existe alguma compulsar alimentar nos seus filhos, é importante estar atento.
Ao mínimo sinal de alerta, nada como falar com um especialista que poderá ajudar a perceber quais os passos a dar.