O Conceito de Bullying não é algo novo em Portugal, nem no mundo. Na verdade, a primeira vez que este conceito foi estudado foi na Noruega em 1973 por Dan Olweus.
Embora hoje em dia o conceito esteja muito mais difundido, a verdade é que muitos pais (principalmente os do bully) ainda desvalorizam esta questão.
É comum ouvirmo-los dizer que o filho (que está na adolescência) não é um agressor e que tudo não passa de um desentendimento entre colegas.
Ora bem, antes de avançarmos sobre este tema, é preciso começar por esclarecer que quando se trata de um desentendimento:
- Ambas as partes estão envolvidas emocionalmente
- Ambas as partes são equilibradas (ou seja, têm igual poder entre mãos)
- São situações muito pontuais
No caso do Bullying as coisas não funcionam bem da mesma forma, por isso de seguida, explicamos-lhe tudo o que precisa saber.
Bullying: O que é afinal?
De forma simples e muito prática podemos descrever o Bullying como uma situação que acontece quando uma pessoa mais forte (ou mais velha, ou maior…) magoa, assusta ou ameaça frequentemente uma pessoa mais pequena (ou mais nova, ou mais fraca…). Esta questão é especialmente comum nas escolas e centros de estudo que não têm vigilância apertada!
Estão sempre envolvidos pelo menos duas pessoas: o agressor (o bully) e a vítima. Muitas vezes existe também um terceiro espectador: a testemunha, ou seja, alguém que está ciente do que se passa mas que não se manifesta.
Embora hajam vários tipos de Bullying (iremos falar disso mais à frente), as ações praticadas são muito similares:
- Fazer ameaças
- Atacar pessoas (física, psicológica ou verbalmente)
- Chamar nomes frequentemente
- Gozar com os colegas
- Roubar
- Mentir
- Extorquir dinheiro
- Fazer comentários racistas ou sexistas
- Espalhar boatos para humilhar publicamente outra pessoa
- Excluir colegas
Tipos de Bullying e os seus enquadramentos
Ora bem, tal como dissemos anteriormente, não existe apenas uma tipologia de Bullying. Na realidade, este tipo de situações pode ser identificada em 4 grupos distintos.
1 – Bullying físico
São situações em que ocorre frequentemente contacto físico entre o agressor e a vítima. Este tipo de situações inclui (mas não só):
- Agressões físicas: empurrar, dar encontrões, esmurrar, puxar cabelos, pontapear, dar encontrões, esbofetear…
- Ameaçar
- Perseguir
- Roubar
- Danificar material
- Assédio (sexual ou outro)
2 – Bullying verbal
É todo o tipo de agressão em que o bully não tem qualquer tipo de contacto físico com a vítima. O mesmo inclui (mas não só):
- Insultar
- Intimidar
- Humilhar publicamente
- Gritar
- Ofensas verbais: dizer piadas, criar alcunhas depreciativas e discriminatórias
- Utilização frequente de outras expressões que geram mal-estar
3 – Bullying Sócio Cultural
É todo o tipo de agressão que tem como base uma discriminação baseada em fatores sociais ou culturais, e inclui:
- Indiferença
- Isolamento
- Exclusão social
- Difamação
- Lançar rumores e boatos
4 – Cyberbullying
Como o desenvolvimento frequente da internet, surgiu uma nova forma de ataque que pode ocorrer a pessoas de todas as idades.
Com a exposição que promovemos ao mundo, o cyberbullying é hoje em dia uma das práticas mais recorrentes, e mais complicadas de resolver. Isso acontece pois nem sempre é possível descobrir quem é o agressor.
Este tipo de comportamento de violência ocorre através de:
- Envio de SMS
- Envio de vídeos
- Fotos
- Chats
- Redes Sociais
- Invasão de privacidade
Quais as consequências do Bullying?
É importante perceber que estas ações vão ter efeitos em todos os intervenientes e tanto o bully como a vítima vão ter no futuro consequências para a sua vida provenientes destes episódios infelizes.
Geralmente quem é vítima de Bullying tem vergonha e medo de falar sobre este assunto, levando a que as agressões se mantenham por um longo período temporal.
Independentemente de a agressão ser física ou verbal, a verdade é que vão existir marcas para a vida e enquanto adultos, algumas situações vão voltar a trazer à tona todos os precedentes.
Assim, de modo a que se possam minimizar as marcas deixadas pela situação, as vítimas de Bullying devem ter um acompanhamento psicológico por um determinado período.
Mas, para isso, é preciso que os familiares notem alguns sintomas e sinais que não sendo 100% fiáveis, vão ajudar a perceber que algo não está bem.
Alguns dos sinais mais comuns são:
- Recusa para ir para a escola
- Tendência para se isolar
- Falta de apetite
- Insónias e dor de cabeça
- Mau desempenho escolar
- Febre e tremor
Embora nenhum destes sinais por si só seja indicativo de que o seu filho é vítima de Bullying, os mesmos podem pelo menos indicar-lhe que algo não está bem. Principalmente em situações onde as crianças adoravam a escola e tinham um excelente desempenho.