A forma como falamos com as crianças influencia a forma como interpretam o que dizemos. Muitas vezes procuramos ser objetivos naquilo que dizemos, contudo, o que acontece numa parte significativa dos casos é que aquilo que dizemos é interpretado pelos nossos filhos de uma forma completamente diferente.
Com a idade é esperado que haja uma maior capacidade de interpretação do que é dito e, por isso, muitas vezes, os pais deixam de dar tanta importância a essa questão, no entanto, e uma vez que as palavras ditas têm um grande impacto emocional nos outros, é fundamental pensar bem naquilo que dizemos também aos adolescentes.
Pensar primeiro na mensagem que queremos transmitir pode parecer pouco espontâneo, mas terá um impacto mais positivo, fortalecendo a relação com os seus filhos.
De seguida deixamos-lhe algumas expressões que deve considerar na hora de abordar alguns assuntos com os seus filhos, que temos a certeza que vão fazer diferença. A grande maioria utilizamos no nosso centro de estudos.
Forma como falamos com as crianças – Algumas dicas para uma comunicação mais assertiva
Quando falamos com as crianças ou com adolescentes, o intuito é sempre dar-lhes os melhores conselhos. Mas, na verdade, a forma como falamos com as crianças pode influenciar de forma negativa aquilo que elas entendem. Assim, é extremamente comum que ao falarmos com elas, passemos a ideia errada.
Será que é mesmo importante substituir algumas das palavras ditas “prejudiciais” por outras mais “atenciosas”? Será que para ajudar a moldar e construir as suas personalidades temos de ser mais assertivos na forma como comunicamos?
Ou será que eles entendem bem o que dizemos e a forma como o dizemos e preferem fazer-se de desentendidos? De seguida deixamos-lhe algumas expressões que costumamos ouvir com frequência!
Expressões comuns que usamos com as crianças – Será que são as mais corretas?
Diariamente usamos várias expressões que para nós são já comuns, mas, será que são as melhores opções? Veja algumas de seguida e perceba se as está a utilizar.
1 – Nós dizemos “Para mim, és o melhor”, mas eles interpretam “A tua função é fazeres sentir-me melhor”, por isso podemos dizer “deves estar orgulhoso do esforço que fizeste”.
2 – Nós dizemos “Olha a língua!”, mas eles interpretam “Ignorei o que me estás a dizer”, por isso podemos dizer “Acho essa palavra ofensiva, então, por favor, não a utilizes mais”.
3 – Nós dizemos “Não temos condições para comprar isso”, mas eles interpretam “O dinheiro é a solução para tudo”, por isso podemos dizer “A loja está cheia de ótimos produtos, mas já temos bastantes em casa e não vamos levar mais nada”.
4 – Nós dizemos “Não te preocupes, isso já passa”, mas eles interpretam “És muito dramático!”, por isso podemos dizer “Entendo perfeitamente o que deves ter passado. Conta-me o que aconteceu.”
5 – Nós dizemos “Não fales com estranhos.”, mas eles interpretam “Todas as pessoas que não conheço querem fazer-me mal.”, por isso podemos dizer “Não fale com pessoas que te deixam inseguro ou pouco à vontade.”
6 – Nós dizemos “Aprende a partilhar.”, mas eles interpretam “Dá as tuas coisas, mesmo que não te apeteça.”, por isso podemosdizer “O João gosta muito de brincar com o teu carrinho, mas ele ainda é teu e ele vai devolvê-lo.”
7 – Nós dizemos “Por que chegaste depois da hora combinada?”, mas eles interpretam “Já erraste de novo.”, por isso podemos dizer “Imagino que tenhas chegado tarde porque estavas a divertir-te, mas, ainda assim, não está certo.”
Sente que, dependendo da forma como fala com os seus filhos, o comportamento é diferente? Com isso, lançamos o desafio ao debate e queremos a vossa opinião! O que vos parece: a forma como falamos com as crianças influencia ou não a interpretação que fazem?