O estilo de vida moderno intensificou consideravelmente o aparecimento de casos de transtornos psicológicos, em especial a depressão. E, desencadeou principalmente o aparecimento da depressão na adolescência.
Na verdade, estima-se que em média 300 milhões de pessoas no mundo sofram com essa doença, de entre os quais muitas crianças e adolescentes.
Este fenómeno é cada vez mais comum especialmente porque os jovens nesta fase de transição apresentam maior vulnerabilidade emocional.
É importante que famílias e educadores (da escola e do centro de estudos) estejam atentos ao comportamento dos mesmos. Pois a depressão não tratada pode levar a consequências trágicas.
De seguida apresentamos-lhe as principais causas e como tratar a depressão em jovens.
Depressão na adolescência: A importância de estar atento
A fase da adolescência, considerada dos 10 aos 19 anos de idade, é crucial no desenvolvimento de hábitos sociais e emocionais. E, os mesmos refletem-se diretamente no bem-estar mental de qualquer pessoa.
Este período é considerado crítico devido às diversas mudanças físicas e comportamentais enfrentadas pelos adolescentes.
É nessa fase da vida em que se desenvolvem habilidades interpessoais, capacidade de controlo das emoções e consolida-se a personalidade. Os fatores que influenciam a saúde mental dos adolescentes são diversos.
Dentre eles encontram-se, especialmente a exploração da identidade sexual e o uso, cada vez mais frequente, das tecnologias.
Isso porque esses jovens são, a todo o momento, bombardeados pelas mídias com padrões estéticos e normas de género. A partir do momento em que não se identifica com tais padrões, o adolescente está numa situação de vulnerabilidade.
Outros fatores externos que podem ser um gatilho da depressão na adolescência são:
- A relação com familiares e amigos
- Problemas socioeconómicos
- Situações de violência nas quais se incluem o bullying
É importante destacar que a depressão está associada a múltiplos fatores, inclusivamente genéticos. No entanto, cada caso é um caso e é por isso de extrema importância uma consulta de psicologia infantil.
O fato é que este período de transição, quando somado aos fatores mencionados, além da pressão de um mundo cada vez mais competitivo, são determinantes no aparecimento cada vez mais frequente de sintomas depressivos.
Como identificar a depressão na adolescência?
Os sintomas da depressão são associados com a baixa autoestima e falta de aptidão social. E isso pode levar em última instância a comportamentos de risco para os jovens.
Entre estes comportamentos, estão a delinquência, abuso de álcool ou drogas, tabagismo e, em casos mais graves, até mesmo o suicídio.
Juntamente com estes sintomas estão a apatia e afastamento de pessoas e atividades que antes lhe eram prazerosas.
A duração desta alteração de comportamento é essencial para determinar se o adolescente está ou não a passar por um episódio depressivo. Os pais devem estar atentos, assim como os educadores, quando há um repentino declínio no desempenho escolar.
Além disso, podem-se manifestar sintomas físicos que na verdade estão associados ao transtorno mental, como a compulsão alimentar (anorexia, bulimia ou obesidade).
Oscilações de humor, irritabilidade e explosões de raiva também devem ser observados. O alerta deve ser acionado quando estes sintomas prejudicam o jovem de tal maneira, que ele não consegue ter uma vida normal.
A importância do diagnóstico e tratamento da depressão nos adolescentes
Sabemos que a adolescência é uma fase difícil tanto para os jovens, quanto para os pais. Conflitos e períodos conturbados são comuns entre as famílias que têm adolescentes.
Entretanto, não se deve subestimar as inseguranças e anseios dos jovens como mera “coisa da idade”. A falta de diagnóstico e tratamento da depressão na adolescência pode levar a consequências graves.
Uma vez detetada, a doença recebe o tratamento mais indicado, que pode consistir em terapia e em alguns casos a prescrição de medicamentos. Mas lembre-se, somente um profissional é capaz de diagnosticar a depressão.
É preciso compreensão e apoio por parte da família e amigos para ajudar o jovem a superar a doença, garantindo-lhe uma vida adulta saudável e normal.